domingo, 10 de julho de 2011

São José de Ribamar abriga Sítio Arqueológico em Panaquatira

 (THIAGO VELOSO/OIMP/D.A PRESS)

 
Um sítio arqueológico no Maranhão. Longe do grande Centro de São José de Ribamar, o espaço que reúne riquezas naturais e históricas fica no perímetro da cidade balneária. Pouquíssimo conhecido pelos próprios moradores da área e tão valioso, segundo os estudiosos, o Sítio Arqueológico Sambaqui de Panaquatira ainda está isolado da comunidade. De vez em quando, alguns até tentam se alojar na área, mas de acordo com informações dos vizinhos da área, logo são retirados pelo poder público. O sítio fica a aproximadamente 3 km da principal Avenida que dá acesso à Praia de Panaquatira, no local chamado de Santa Mônica.

O acesso ao local ainda é difícil, estrada de terra, com lama, buracos e muito mato. As ruas desertas intimidam quem vai pela primeira vez. Achar não é fácil. Nossa equipe, por exemplo, levou quase três horas de busca para, enfim, chegar ao local onde os especialistas relatam ter habitado moradores que formavam uma comunidade organizada de pescadores. Para acabar com a problemática e com os desencontros de informações, a prefeitura de São José de Ribamar pretende criar um museu arqueológico, com placas de identificação e um acesso mais tranquilo.

Segundo informações da assessora de comunicação, através do site, o projeto prevê a construção de um museu na própria área, onde também fica localizado o ponto de acesso ao pólo turístico de Panaquatira, onde foram descobertos vestígios de um povo que habitou o lugar há, pelo menos, seis mil anos Antes de Cristo.

A implantação do Museu começou a ser discutida no início deste ano, entre representantes da prefeitura e a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Kátia Bogéa, além dos procuradores federais Felipe Costa Camarão e Marcelo Lauande Bezerra, integrantes do Núcleo de Ações Prioritárias da Advocacia Geral da União (AGU).

Primeiras pesquisas
O local batizado de sítio arqueológico Sambaqui de Panaquatira começou a ser pesquisado na década de 60 pelo arqueólogo paraense Mário Simões. Entretanto, somente através de estudos recentes realizados pelo arqueólogo Arkley Bandeira que foram descobertos vestígios de um povo que habitou o lugar há milhares de anos. Tudo indica que os habitantes formavam uma comunidade organizada de pescadores. “O Museu, além de todo material que ainda está sendo descoberto no Sambaqui Panaquatira, também abrigará peças de outros sítios arqueológicos da Grande Ilha, por exemplo”, explicou Bandeira.

Uma das primeiras medidas a serem adotadas pelo IPHAN será delimitar toda a área do sítio arqueológico. A superintendente do IPHAN, Kátia Bogea, disse acreditar que, em função da riqueza da história encontrada no local, o governo federal não medirá esforços para financiar a construção do Museu. Em relação à regularização do local, a AGU já está transitando todo o processo lícito da área.

De acordo com os especialistas Arkely Bandeira, até o momento foram realizadas quatro escavações arqueológicas. Os resultados obtidos pelas pesquisas atestam a importância singular deste sítio arqueológico para se compreender os processos de ocupação pré-histórica na Ilha de São Luís, por populações adaptadas ao ambiente marinho, conforme observado no sambaqui do Panaquatira. A escavação arqueológica possibilitou conhecer o modo de vida desses povos do passado, a partir da análise dos vestígios encontrados. Esses vestígios são formados por restos alimentares, fogueiras, buracos de estacas das antigas habitações, sepultamentos e objetos do cotidiano, principalmente lâminas de machado de pedra, fragmentos de vasos cerâmicos, adornos em concha e osso, anzóis em esporão de arraia e bagre, entre outros. 
FONTE; O Imparcial

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