domingo, 21 de maio de 2017

Maranhão tem supersafra de grãos em 2017, mas faltam armazéns para estocar a produção



A produção de milho no Maranhão, na safra deste ano, que deve aumentar em mais de 100%, segundo estimativas tanto da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) quanto do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pode trazer desconfortos para quem apostou alto no plantio do grão na esperança de fazer boas vendas. É que o preço no mercado internacional caiu e, para complicar, faltam unidades armazenadoras no estado para estocagem do produto enquanto se espera melhor oportunidade para fazer negócios.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura do Maranhão (Faema), Raimundo Coelho, devido à brutal queda da safra passada, a cotação do grão melhorou muito (chegou a R$ 32,00 a saca no final do ano passado), o que provocou um aumento extraordinário da área plantada, mas quando chegou o momento da colheita os preços despencaram (varia hoje de R$ 21,00 a R$ 26,00 a saca) e os agricultores querem segurar as vendas, a fim de obter negócios mais vantajosos no futuro, até para evitar eventuais perdas, contudo, devido à grande produção, faltam armazéns para a estocagem do grão.

Pelas projeções da Conab, a colheita de milho terá no estado uma elevação de 129,1%, ou seja, aumentará de 874,4 mil da safra passada para 2,003,2 milhões de toneladas. Já o IBGE prevê um aumento de 177,2%, porque, segundo ele, a colheita de 2017 será de 1,892 milhão de toneladas contra 682,7 mil da safra passada, ou seja, apesar da diferença, de números, ambos projetam algo em torno de 2 milhões de toneladas.

De acordo com a Conab, além de uma ampliação de 36,9% na área plantada, que foi de 354,3 mil hectares na safra 2015/16 e chegou a 485,1 mil este ano, o bom desempenho se deve também à produtividade, que teve variação de 67,3%. Na safra passada foram colhidos 2.468 quilos por hectare e nesta safra serão 4.129. Os dois fatores surpreenderam os produtores, que agora terão de fazer ginástica para evitar perdas.

Comércio – O presidente da Faema diz que neste momento há três situações envolvendo os produtores de milho. Uns se desfazendo logo de seus estoques porque receberam financiamento dos compradores para fazer os plantios, isto é, conseguiram vender, antecipdamente, a preço bom, por isto são os menos prejudicados. Há outro segmento que está precisando vender a produção para pagar o financiamento bancário, e corre o risco de obter lucro menor por conta da queda de preço, e há ainda aqueles que não estão apressados em vender, precisam estocar e não estão encontrando silos disponíveis. Nas fazendas, segundo Coelho, os armazéns estão chegando ao limite máximo de estocagem e se não forem encontradas condições adequadas pode ocorrer perda de parte da produção.

Além do milho, os armazéns estão sendo utilizados para estoque da soja, que também terá um crescimento na colheita. Pela estimativa da Conab, haverá uma variação de 101,6%, ou seja, a colheita aumentará de 1,250,2 milhão para 2,521,0 milhões de toneladas, enquanto o IBGE diz que a elevação será de 100,3%, pois teriam sido 1,243 milhão de 2016 e serão 2,489 milhões este ano.
Fonte: Aquiles Emir

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